sexta-feira, 14 de setembro de 2007

LINGUAGEM




Quisera chamar-te, mas como se não há?!
A quem o silêncio esconde?
Invento uma silueta... Deposito aí o desejo,
mas ninguém está.
Sou só eu só somente
Semente que se mente, mata!
Mente só mente
Mente... só!
Tudo mais é projeção...
Procuro não pesar meu pesar
não pensar
Procuro a garatuja, rascunho, rabisco,
um traço que me trace um perfil, um risco no vão.
Um perigo... Um desenho no limbo, vulto.
Qualquer linha que me alinhe num traço...


que ligue os pontos............... ............. .................. o sonho à realidade


Como realizar-te?!


A realidade não cessa de escrever, ver, rever
alinhavar, bordar, os bastidores dessa vida:
haja não vê-lo para tanta linha!!!
Meus dedos descrevem arrisca no bordado
onde meu tato constrói a leitura definitiva
de um pesado palavrão: NÃO.
Não há.
O vão da palavra crê,
mesmo sabendo que deuses são projeções
no delírio da linguagem febril do homem.




Silvio Torres

Nenhum comentário:

LinkWithin

Related Posts Plugin for WordPress, Blogger...