sábado, 30 de agosto de 2008

Sufrágio para Othelo ( ato pio )






Palmilha a ilha da solidão:
milhas e milhas
daí até o naufrágio.
Frágil nau, sufrágio
em honra aos mortos
da ilha da ilusão.
A utopia do ato pio:
oração piedosa.
Reza essa vela escura,
transporte da alma cansada.


Enrodilha o espírito roto
em rodilha de desgaste:
trama amarga.
Afunda o barco do amor
depois de lavar o convés!
Afogamento de egos
em águas distantes...
Cegos medem a vista
em cais noturnos,
enxergam a noite de Othelo
na cegueira do ciúme.


O oráculo deslinda o breu
na vertigem da premonição:
todo amor anoitece.


O amor é cego, ele vê!








29.08.2008

sexta-feira, 22 de agosto de 2008

Talento





Soma o som do subtraído
Isso assombra assim, Sinistro
Ombra que assoma o som da massa
ganha o vão e some
somatiza-me
matiz de um sono só:
Matisse às avessas.


Pintura rupestre
cavernosa pintura da dor
umbrosa
paisagem descontínua:

- Oh, Vulto nefasto que me ronda!
 Sou tua noite solta no açoite da tua sombra!


Mesmo a esmo o mesmo some sem menos...
Só não se vai que o nome é o mesmo: reconheço!
Reconheço a rubrica do Amor
na tela em que se pinta
a ópera do desconcerto.


-Ai, fantasma de mim,
ectoplasma do absurdo!,
meu fardo é teu talento...




Torres Matrice


.
22.08.2008

Solau




























consigo

estar comigo

estando só  consigo

só comigo ( mal comigo )

umbigo e solidão

solau

se sigo só com migo

quanto mais pro fundo

umbigo

maior deserto

pior assombro

consigo




02.04.2007

LinkWithin

Related Posts Plugin for WordPress, Blogger...