sexta-feira, 10 de dezembro de 2010

A luz transcende o tempo e o espaço: revelar é reaver. Ver-se NU inverso é saber-se em si, é se afirmar. ( Torres Matrice )




terça-feira, 30 de novembro de 2010

Maria Bethânia - Cabocla Jurema


Um país sem memória, um país sem raiz, um país sem história, um país que não se preserva e não se reconhece e não se espelha é triste massa disforme do irracional flutuante. As raizes nos firmam para que os galhos, com seu tronco, se lancem rumo ao futuro onde reconhecimento e gratidão tornam os frutos mais saudáveis e saborosos. Do contrário, tudo é insosso e aguado.

domingo, 21 de novembro de 2010

O Fundamentalismo gera mentalidades facistas, nazistas e promove "verdades" preconceituosas.



No fundamentalismo você TEM  todas as verdades,
na EDUCAÇÃO você está procurando pelas verdades.

( David W. Key )

LIVROS - Caetano Veloso






 

Tropeçavas nos astros desastrada

Quase não tínhamos livros em casa

E a cidade não tinha livraria.

Mas os livros que em nossa vida entraram

São como a radiação de um corpo negro

Apontando pra a expansão do Universo

Porque a frase, o conceito, o enredo, o verso

(E, sem dúvida, sobretudo o verso)

É o que pode lançar mundos no mundo.


Tropeçavas nos astros desastrada

Sem saber que a ventura e a desventura

Dessa estrada que vai do nada ao nada

São livros e o luar contra a cultura.



Os livros são objetos transcendentes

Mas podemos amá-los do amor táctil

Que votamos aos maços de cigarro

Domá-los, cultivá-los em aquários,

Em estantes, gaiolas, em fogueiras

Ou lançá-los pra fora das janelas

(Talvez isso nos livre de lançarmo-nos)

Ou ­ o que é muito pior ­ por odiarmo-los

Podemos simplesmente escrever um:

Encher de vãs palavras muitas páginas

E de mais confusão as prateleiras.

Tropeçavas nos astros desastrada

Mas pra mim foste a estrela entre as estrelas.





21 de novembro de 2010










 



O Livro e a América ( Castro Alves )



Oh! Bendito o que semeia



Livros... livros à mão cheia...


E manda o povo pensar!


O livro caindo n'alma


É germe — que faz a palma,


É chuva — que faz o mar.


( Castro Alves )

Os livros, os leitores e a leitura...




Num mosaico de pinturas, gravuras, fotos, enfim variadas manifestações da linguagem artística, criei uma sequência variada de homenagens ao LIVRO, aos leitores e à própria leitura. Somei às obras de arte, aqui apresentadas, a letra-poema da canção de Caetano Veloso "LIVROS" e costurei com uma melodia instrumental que nos dá a sensação da leveza e tranquilidade que o gesto introspectivo da leitura exige. Dedico este trabalho àqueles que devotam aos livros o "amor táctil" e à leitura o amor transcendental.   

quinta-feira, 18 de novembro de 2010

Você tem fome de quê?!





O problema não é a falta de alimentos. Actualmente são produzidos no mundo alimentos suficientes para que toda a gente possa ter uma alimentação adequada e possa levar uma vida sã e produtiva. A fome existe por causa da pobreza. Existe porque as catástrofes naturais, como terramotos, inundações e secas, ocorrem muitas vezes em lugares onde a gente pobre tem muito pouco ou nada para poder reconstruir, quando ocorrem danos. Existe porque, em muitos países, as mulheres, apesar de serem quem mais trabalha na agricultura, não têm o mesmo acesso que os homens à formação, ao crédito ou á posse da terra. A fome existe por causa dos conflitos, que impedem as pessoas de ter qualquer possibilidade de levar uma vida decente e alimentar as suas famílias. Existe porque a gente pobre não tem acesso à terra ou a infra-estruturas agrícolas sólidas para produzir culturas viáveis ou gado, ou a conseguir trabalho estável que lhes permita o acesso aos alimentos. Existe porque muitas vezes os recursos naturais não são utilizados de forma sustentável. Existe porque, em muitos países, não há investimento suficiente no sector rural para apoiar o desenvolvimento agrícola. A fome existe porque as crises financeiras e económicas afectam os pobres ao reduzir ou eliminar as fontes de rendimento de que eles dependem para sobreviver.
   

1.000.000.000 de pessoas vivem com fome crônica e eu estou louco de raiva



Amigos, estou apoiando a petição para pressionar políticos do mundo inteiro, a fim de que os mesmos tomem alguma atitude acerca da situação de miséria e fome no mundo.
Faça pressão sobre os políticos para acabar com a fome. Assine a petição e reivindique ação onde quer que esteja.
Para participar e apoiar essa petição basta clicar no endereço abaixo e entrar na página onde você poderá, em um segundo, clicar sobre o link que o fará participante do projeto. Seja cidadão, tenha atitude, apoie esse projeto.

http://www.1billionhungry.org/

quarta-feira, 17 de novembro de 2010

série " foi feito por mim " 2 - MADRIGAL - composta e interpretada pela cantora paulista Mylene.


Esta canção fabulosa de Mylene é praticamente o desenho musical da minha introspecção atávica e consegue, tanto pela melodia quanto pela letra, delinear o simbolismo de um sentimento que se afirma e confirma em mim a aura lusitana que herdei. Criei este vídeo porque gostaria de realçar em imagens a simbologia dessa letra tão pungente e densa.

Série " foi feito por mim" - 1 / "Caruso" na interpretação impecável de Zizi Possi.


Esta é uma canção que sempre me comoveu e da qual não me canso, ainda que a ouça  exaustivamente. Não é cerebral, não possui uma erudição ou letra elaborada mas, talvez, por isso mesmo, repouse tão profundamente no meu imaginário musical e na surdina da emoção. É simples, é tocante, é romântica e é clássica como tudo aquilo que é eterno: Caruso. Fiz com carinho, com alegria e espero que gostem!

INTERPRETAÇÃO IMAGÉTICA ( para pensar, refletir e gostar )







quarta-feira, 10 de novembro de 2010

Desdrummondear

                ( nesta rua nesta rua tem um bosque que se chama que se chama solidão...)

maria não ama joão     que não ama josé     que odeia antônia

que ama odiar-se     por não amar pedro     que não consegue amar

       jacira                 jac.Ira que já seria            desde sempre 

desamada por cinira      cinira sua mãe       que se casou desenga.nada

desamada pelo pai      pai que não sabia      conjugar o verbo amar:

                           
                           e todos morreram por fim
                           sem saber o que é o Amor
                             fruto raro desconhecido 
                           que na ciranda não entrou.







Torres Matrice

09/06/96



É nunca mais com você,
tudo é nunca mais: ais e dor
como sua alma impiedosa
Fria!

Mulher de máscaras cruéis...
Mas nunca você se revela, nivela...
Navalhas afiadas nos olhos,
maldades de mulher:
teatros.

É nunca sua imagem refletida, jamais!
Seu espelho mente
enquanto por trás, além da imagem,
um sorriso cético brilha feroz.
Demônia-templo-chaga
banhada em ácido e fel
mel de Medusa
lambuza e só.

Véus vênus, nuances, olhares:
Sombria...

É um nunca, nunca, nunca vacilar:
você
negra unha especular, vampira
raspa o esmalte da alegria
na alma de toda gente.

Mulher
malevolente Malena, maleva
levada, mulher!
Flor de bolor em sinistros quartos ensombreados:
você é má!


Torres Matrice

27/06/97

Na moda da idade mídia



A mídia aumenta o número de audiência, de participantes, mas diminui o grau da consciência; exacerba opiniões e inibe a capacidade de análise crítica dos fatos.

Aboio






Triste aboio
conduz induz
a boiada dos dias meus
dias mortos que rumino
no sal dessa dor ímpia
sol do solfejar
aboio

Tangendo meu silêncio
o gemido
É nele que se dá o nó da amarra
a corda do adormecer
a porteira de um curral sem fim

Tanto sertão dentro da gente
tantos campos sem paragem
tanta amplidão de luto
veredas e descampados...

Onde me arrebanhar nessa dispersão?!


Torres Matrice

10/11/2010

Bala Doce



A vida é doce: na boca da noite escura
ouço balas zun.indo 
e mesmo assim insisto em inventar
uma vela bruxuleante
para atravessar velado
o vendaval de breus indecifráveis
hasteados no mastro do impossível



Torres Matrice

10/11/2010

Memorial do Cárcere




A clandestinidade na alma:
o nó na corda vocal
imprensa o nódulo que mente
a mente em estado de sítio
bocas abertas em estado de sono
boquiabertas


a tarja preta nos olhos
os lábios cerrados:
aí 5 razões para velar o sono
da memória de um dezembro de chumbo
erguido em muro de silêncio:
tijolo por tijolo
num desenho sórdido!


A imprensa selada
numa carta de adeus
aos direitos civis:
muda!


Vê-se erquerdas forças
direitas opiniões
no voo das intenções
a in.tensão


Na trajetória móbil dos anos de ferro:
o cárcere 68
o medo da meada
o modo da moldura
a dura insônia a fio
desafio e desaforo
verdades que matam:
 "abala"


Há aí 5 torturas mil
que não podem calar
na boca da noite: fuzil


é pau
é pedra
é chumbo
é um resto do pouco
é um mouco sozinho




Torres Matrice

21/09/99

Decálogo da Modernidade ( o novo sempre vem )






QUE É de meus valores que estavam aqui?


- a modernidade deletou.


QUE É de meus princípios que estavam aqui?


- os fios levaram pelos meios sem fim.


QUE È de minha língua mater?


- a globalização esfacelou no umbigo eletrônico k-óptiku p vc i pra tdus


QUE É do sexo via corpo?


- o processo virtual reinventou
numa masturbação digital on line.


QUE È dos sentimentos?


- estão diluídos na compulsão giratória dos amores-de-supermercado,
no açougue de carnes expostas pela cam nossa de cada dia.


QUEDÊ meu riachinho choroso?


- ?!


QUEDÊ meus ingênuos brinquedos de criança?


- masturbam-se aos 50 anos pela tela pr'eu gozar minha infância.


CADÊ as cantigas de ninar?


- migraram pros funkinhos em batidas de heroínas e pedras de puro êxtase.
...


CADÊ a vida?




[$$$$$$$$$$$]




DÊ CÀ ávida vida
dê cá logo:
quedê?




Torres Matrice

10/11/2010

quinta-feira, 4 de novembro de 2010

Náufrago






Garrafas e mensagens...
O que a Esperança quer de mim?!

Ronda-me feito matilha:
oceano em torno da ilha...

Eu, sangue estanque,
sequer miro milhas,
que dirá alvoradas!

A esperança é uma graça,
dá e passa!!!




Torres Matrice


04/11/2010

quarta-feira, 27 de outubro de 2010

Grupo Corpo - A plasticidade da poesia corpórea construída na arquitetura do movimento.




Fundado em Belo Horizonte, em 1975, o Grupo Corpo é uma companhia de dança contemporânea, eminentemente brasileira em suas criações. Sua carreira vem sendo marcada por sucessivas metamorfoses, mas sempre norteada por três preocupações: a definição de uma identidade vinculada a uma ideia de cultura nacional (com toda a fluidez que isso implica); a continuidade do trabalho, pensado a longo prazo; e a integridade na sustentação de padrões autoimpostos de elaboração.






JOANA E MARIA ( Para Lucimar, minha sobrinha )






                                   Cheiro de café e humor,
rumor em gestos displicentes: amor.
Uma sensação tão boa
boa boa boa
reboa no meu vagar...

Joana, Mana
O amor é em pedaços
e eu não sabia!
Desvanece, exala, dissipa, volatiza
como tudo que é concreto.
Emana o aroma do amor-café:
ritual de prazer e açúcar
fervidos no paladar do aconchego.



O perfume da flor da alegria,
a grandeza das pequenas coisas,
passado no coador da lembrança
evola-se de outros tempos
enquanto o cafezinho traz
a felicidade das tardes a dois.

Conversas, canções, livros,
livres paixões de se sonhar...



Joana,
passa o café entre esperanças e sorrisos
que a fé há de abrir o aroma do coração outra vez!



Éramos tão jovens, Joana!
Como dói no presente a alegria de ontem!



A fé do nosso amor era fé de raízes,
tinha caule folha e flor!
Meu verso reside na força da afinidade:
Infinidade é Joana!



Uma velha canção cheirando à lembranças,
danças, andanças
de um tempo em que se era feliz...


Joana,
que fim levaram todas as coisas?





Torres Matrice




27/10/2010


















sábado, 9 de outubro de 2010

SARA TAVARES - MUNA XEIA


Sara Tavares (Lisboa, 1 de Fevereiro de 1978) é uma cantora e compositora portuguesa com ascendência cabo-verdiana. Sua voz acetinada tem uma doçura ímpar e a melodia da canção é capaz de comover as pedras. Confira!

terça-feira, 5 de outubro de 2010

Guerra Santa ( Gilberto Gil )




Guerra santa


Gilberto Gil



Ele diz que tem
que tem como abrir o portão do céu
Ele promete a salvação
Ele chuta a imagem da santa, fica louco, pinel
Mas não rasga dinheiro, não



Ele diz que faz
que faz tudo isso em nome de Deus
Como um papa da Inquisição
Nem se lembra do horror da Noite de São Bartolomeu
Não, não lembra de nada, não



Não lembra de nada, é louco, mas não rasga dinheiro
Promete a mansão no paraíso, contanto que você pague primeiro
Que você primeiro pague o dinheiro, dê sua doação
E entre no céu levado pelo bom ladrão



Ele pensa que faz do amor sua profissão de fé
Só que faz da fé profissão
Aliás, em matéria de vender paz, amor e axé
Ele não está sozinho, não



Eu até compreendo os salvadores profissionais
Sua feira de ilusões
Só que o bom barraqueiro que quer vender seu peixe em paz
Deixa o outro vender limões



Um vende limões, o outro vende o peixe que quer
O nome de Deus pode ser Oxalá, Jeová, Tupã, Jesus, Maomé
Maomé, Jesus, Tupã, Jeová, Oxalá e tantos mais
Sons diferentes, sim, para sonhos iguais



© Gege Edições Musicais ltda (Brasil e América do Sul) / Preta Music (Resto do mundo)











segunda-feira, 4 de outubro de 2010

Religião é cultura, por isso varia de país para país, de região para região, de pessoa para pessoa. "DEUS É MAIS SIMPLES QUE AS RELIGIÕES."












Kama Sutra neles!!!!



Na Idade Média a igreja proibia sete posições sexuais, aliás, ela permitia apenas uma posição: o famoso papai-mamãe. Mesmo passados quase 1.000 anos da idade média, ainda hoje, essas sete posições não são bem vistas pela igreja.




1. Mulher por cima:


A igreja dizia que o homem era superior à mulher, então ela ficando por cima do homem estaria inferiorizando a figura do homem e no caso em que esta posição fosse feita os dois levariam 3 anos de penitência.




2. De ladinho, sentadinho, em pé:


Eram posições sexuais proibidas, não há muita explicação à sua restrição, mas sabe-se que sua penitência era de 40 dias.




3. De quatro:


Esta posição era proibida pois a igreja dizia que era a posição da besta ( Como eles eram Bestas!!! ), pois é como os animais se relacionam. Para esta posição a penitência era de 40 dias.




4. Coito interrompido:


O famoso método de tirar fora o pênis da vagina da mulher quando for ejacular, também era proibido e o casal podia levar até 10 anos de penitência.




5. Fazer nas coxas ou sexo apressado:


O sexo feito apressadamente era também proibido e também sem muitas explicações e podia dar ao casal 40 dias de penitência.




6.Sexo Anal:


Praticar tal modalidade sexual dava ao casal no mínimo 3 anos de penitência e caso fosse feito entre homossexuais, estes já estavam com o passaporte para o inferno carimbado.


7. Sexo oral:


Era proibido também pois a igreja dizia que a boca era feita para a ingerir alimentos e para apreciar os sabores. Para o sexo oral a penitência era de 3 a 15 anos.


Além dessas posições era também proibido sexo durante a menstruação, sexo com pessoa do mesmo sexo, sexo entre solteiros, sexo na igreja ( kkkkk...Tá bom! ) e sexo onde o casal se beijasse. As penitências quanto a esses comportamentos citados eram, acredite, tão ruins quanto as outras referidas acima.






Some suas penitências acima, veja quais lhe apetecem... E ai, você vai para o céu?!

Apreciador



Masoch
personifica o gozo
na dor
personificador
então, masochista a dor
adora a dor Masoch

Marquês de Sade
encarna o gozo
na dor alheia
na sua dor
encarnasuador
então, sadista a dor
adora a dor Sade

Sua pressa é a dor
aprece a dor da dor
masoquismo sadismo:
dois lados da mesma prece
prazer na carne-templo
de um adverso que ora à dor
com ardor ante o andor
das igrejas crucificadoras
e pênistentes







Torres Matrice


29/01/99

Fé meninos! ( Vi hirto ais )





Estão vendendo...
Estão vendendo, ainda...

Desde sempre
desde quando o homem andava sobre a Terra
desde o eterno futuro
desde o fruto
desde a lábia-labirinto
( absinto e ópio )
desde a permuta
desde a forma
a reforma

Transforma conforma
a contrarrefórmula
avante retroforma
<------ Ré
forma

PIO pios puz capuz agouro
agora
PAPA pão papão
a papa nossa de cada dia
pasta intragável na santa cheia

Papa a ovelha no emP(l)ASTO
pasta o ator a verde grana
filigrana do discurso
Papa forte papagalhos:
sopros de ventos coloniais
lábios e lábias
Desde quando?

Cravou-se o açúcar brasileiro!

Vieira trouxe o quê?

Ouro e reis
reis e Réis
rés e réstia: rês garrada

Refórmula:
O pasto e o pastor
o pastor e sua "oh, velha!"
Dez pro centro do enfermo
a cobiça e a cobrança
inferno!
lasso crucial se fixa: this more!

Discípulos de Caronte
moeda na boca pra calar a verdade
modernizam o estilo
profetas da prosperidade
cobram em vida
pra não perder o cliente.
Desde quando?


Desde a era do espetáculo-show
desde o tempo da fé televendida
Um deus com puta dor navegando
no info-mar dos mercadores da TVfé.

Desde quando têm fome?
Desde o tempo de Caronte
pelo rio Aqueronte...
Montes e montes e montes...

Têm fome de quê?

O templo não pára
e no entanto ele nunca envelhece,
envilece mas não envelhece!

Templo é dinheiro!

Olha o relógio!


Desde quando?







Torres Matrice


07/06/2000

Mulher






Mulher, qual o teu nome?
Que palavra,
lavra da tua linguagem,
traduz teus engodos?

Essa alma dramática,
luz de abismos sepultos...

Ilusão, teu nome é mulher!

Em teu lábio a trapaça
passa por trás da trapaça
e é púrpura elegância.

A lâmina da traição
é o signo do teu gesto:
essa faca cravada
na alma.

Teu teatro de poses:
atro desespero
do meu corpo cansado.

Mulher, qual é o teu rosto?!

Mostra tua cara!
Ela é a verdade que desconheço,
mas preciso esquecer!




Torres Matrice

03/09/2006

sábado, 2 de outubro de 2010

Fino Coletivo afina a flor do bom gosto!







GRUPO  FINO  COLETIVO  AFINA  A   FLOR  DA  CANÇÃO  















Alagoas e Rio de Janeiro se afinam em uníssono e geram a fina-flor-coletiva num suíngue contagiante, bonito, melódico, acordes que envolvem o corpo e o coração. Letras simples e agradáveis, poéticas e contagiantes num resultado de bom gosto e apuro. 

Fino Coletivo para quem é de bons ouvidos! 

Aprecie sem moderação.

sexta-feira, 1 de outubro de 2010

Segue o teu destino - Com Nana Caymmi - Música sobre o poema de Fernando Pessoa.




Segue o teu destino,
rega as tuas plantas,
ama as tuas rosas.

O resto é sombra
de árvores alheias.

A realidade
sempre é mais ou menos
do que nós queremos.

Só nós somos sempre
iguais a nós próprios.

Suave é viver só.
grande e nobre é sempre
viver simplesmente.

Deixa a dor nas aras
como ex-voto aos deuses.

Vê de longe a vida,
nunca a interrogues.
Ela nada pode
dizer-te.
A resposta
está além dos deuses.

Mas serenamente
imita o Olimpo
no teu coração.

Os deuses são deuses
porque não se pensam.





Fernando Pessoa

sábado, 18 de setembro de 2010

Valsa para uma letra suplicante ( para Manuel Bandeira )




E eu que não morro
se tu não vens
sou tão indiferente
ao que tens
que riscos não corro
se me deténs
com o que fere rente
e a outrem agoniza 
em fahrenheit.




Não és brisa, mas agitas Bandeira!

Tua face não é lisa...
Não, Elisa!
És áspera e exasperas:
Nêspera em véspera de espera.
Temporã que brota em mim
fora da Era...

E eu que não estou nem aí,
sou diferente, indiferente a ti...

Nada tenho com isso,
mas brotas no meu tempo,
na madeira do papel que leio
e num enleio me apiedo do poeta:
Pietá! Pietá!

És valsa fria
de um amor suplicante!


Sei que tu és
mulher igual a todas,
igual a mil em mil!

Mulher diferente, indiferente mulher!

Sei da voz da Voz
que ensina
que tu és de certo 
desumana...


E eu que nem sei de ti,
tirana!,
de fato
achei-te mesmo
desumana,
desumana Elisa!







Torres Matrice



15/04/99

harakiri



    UM SAMURAI E SUA ESPADA

       Hai! 
      C

       .

     .

          A

       .

          I


      da DECEP(altura)

     de um
 
     (fra)c.AÇO





Torres matrice



07/02/98

sexta-feira, 3 de setembro de 2010

Aurora Bélica de junho






Punho cerrado na boca do estômago da noite
quem estanca o sangue e sangra
singra as águas em pó
não há mais aurora
só o golpe só a dor
sua dor

borboletas dioxina
em sinais de mofina 
batem asas
na ânsia do estômago
vísceras revísceras
enjoo neônico e plumas lisérgicas
um voo de vícios e fatalidade
idade do crack
as armas apontam o futuro

um lance de dados marcados
a cena final sob as mangas
na carta no mapa na chance
ninguém leu ninguém pôs
a sorte

depois da porrada o tiro
retiro de tragédia e bala
abala na agulha atravessa o vício
o vírus o frio o beijo e o asfalto
Um só riso e a aurora de junho
a aurora bélica de junho
enfim...



Torres Matrice



06/01/99

Beleza Roubada







Por que esse tempo estridente
rangendo no sangue metálico
essa navalha nos ares
esse peso
essa química que a veia sente


Por que sonambulam feros alados
nesse tráfico de gatilhos surdos
tráfego vermelho de balas fragrantes
que preiteiam a barbárie dos absurdos
num flagrante gosto pela morte


Que pleiteiam esses tempos
os Itinerantes os ávidos os emergentes hardware:
laranja mecânica revisitada


Por que essa vertigem no tempo
essa ferocidade no punho cerrado
esse alucinógeno no ar
do que é por natureza diversionista: O escape.


Errática arma biológica veloz
sonoridade de beijos neonazistas
corações de fogueiras inquisitórias:
juventude medieval hightech


aglomerados hightech
tecnologia globalizada
dosada em seringas de politicalha: TV-fé
o ópio da turba
ferretes comerciais para a manada
nada de poesia
túmulo do amor


Inexorável odisseia no espaço


2001 - ódio e serra no ex-passo: involução
cabeças já rolaram
na vala comum
como um tempo sem humor
Onde o sorriso do gato de Alice?






Torres Matrice


31/03/99

sábado, 28 de agosto de 2010

360 graus






360 graus:
num giro o bairro todo...
girândola
a periferia na pele aferia:
preferiria luz à flor da pele
tatuagens
margens e  imagens
um olhar confere
a fé e a febre do sol se pôr

sobre as casas 
os tons do telheiro
palheta palores
colores:
Torres, sinos e rumores...

a tarde e suas tintas:
 o sol espalha e espelha
- espátula!
e entre o ir do sol
um som um sim: sinal
um yin e um yang
olhar e olores

vento morno
corpo nu 
  nume
numa nunca esperada
nuance

rota solar lar, um nome:
fúcsia magenta
cor que arrebata: acrobata!

O bairro é o momento!
a vida é agora:
ora ávida ave da vida
hora vívida ave maria
canto e
voz
florais de bach

nuvem no vento vem
úvida dúvida
azul
arrebol fecundo
mundo meu

nos telheiros daqui de cima, olheiros!
vários, visíveis, viáveis
telhados abrigam lares que abrigam vidas que abrigam almas
 múltiplas multiplicadas
para além dos telheiros
acolhedores e tantos
a perder de vista...
 
- telheiros de um Belo Horizonte,
minh'alma quer ser feliz!





                                                                 Torres Matrice


                                                                  06/02/2006

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