sexta-feira, 3 de setembro de 2010

Beleza Roubada







Por que esse tempo estridente
rangendo no sangue metálico
essa navalha nos ares
esse peso
essa química que a veia sente


Por que sonambulam feros alados
nesse tráfico de gatilhos surdos
tráfego vermelho de balas fragrantes
que preiteiam a barbárie dos absurdos
num flagrante gosto pela morte


Que pleiteiam esses tempos
os Itinerantes os ávidos os emergentes hardware:
laranja mecânica revisitada


Por que essa vertigem no tempo
essa ferocidade no punho cerrado
esse alucinógeno no ar
do que é por natureza diversionista: O escape.


Errática arma biológica veloz
sonoridade de beijos neonazistas
corações de fogueiras inquisitórias:
juventude medieval hightech


aglomerados hightech
tecnologia globalizada
dosada em seringas de politicalha: TV-fé
o ópio da turba
ferretes comerciais para a manada
nada de poesia
túmulo do amor


Inexorável odisseia no espaço


2001 - ódio e serra no ex-passo: involução
cabeças já rolaram
na vala comum
como um tempo sem humor
Onde o sorriso do gato de Alice?






Torres Matrice


31/03/99

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