domingo, 3 de abril de 2011

Voyeur ( Para Chico César )




Espanto espantalho
talho talhe atalho
ante o mundo inerte:
conformação e anestesia


O olho vê mais que enxerga
diluição secreta secreção
sociedade e inércia cerebral
capital digestão
cabeça cara alho:
 caralho!


Deletério etéreo mal:
indigestão do olho que não vê
o que se come no cume da fome
canibailismo na festa burguesa
cabeça de gente que pensa que pensa
num mundo diluído iludido 
aguada sociedade
capital


O olho do espantalho
atalho e talhe
para tola vaidade toda
tempo em que Narciso
surfa sobre águas sangrentas
egoísmo midiático
genocídio e suicídio social
um anjo exterminador


O olho do espantalho
vê a cegueira Saramago
no âmago da diluição
estômago putrefato
fátuo rato roto
homem-arroto

Tempos adoecidos...

O olho do espanto:
Se podes olhar, vê...
Se podes ver, repara!

O espanto do espantalho:
palha palude palhaço
aflição


O anjo dilui em dor
a festa das máscaras:
escara dos que riem
ante o holoclaustro


A bomba da histeria
plantada no tapete
topete e torpor
na sala de não estar

Irradiante miséria:
Hiroshima mon amour!





Torres Matrice


03/04/2011

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