quarta-feira, 7 de novembro de 2012

LÍNGUA MORTA







O que se ouve, houve?

Essa indecifrável língua
verbalizando o medo
as falas do medo
arremedo

Verbus poder e impotência

Isso que permanece, embora ausente
língua morta torta forja
reaparece  
fantasma plasma miasma
permanência da memória
daqui Dali e de lá
sentina

Assombro e incompreensão de Hamlet
Língua antiga medonha
Ressoando aqui ali e agora
fantasma
língua morta

De onde vem?
Língua dos anjos?
Língua dos poetas?
Babel 

Língua ofídica e estrangeira
língua que não falo, halo
calo nas cordas 
tradução do que sinto
minto
tinindo badalos da inconsciência

Metal precioso
que sou e soa
na calada do meu texto
Ghostwriter

Se eu falasse a língua dos homens...

Mas essa língua é metal que soa, 
é sino que tine
e não me deixa dormir
ainda que cansado
exausto exaurido e morto
de tão antigo amor.






TORRES  MATRICE


07/11/2012

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